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Casa Elevada (texto fornecido pelos autores)<\/h3>\n\n\n\n
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Implanta\u00e7\u00e3o da Casa Elevada em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Casa Henrique Cunha<\/p>\n\n\n\n
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Concebido como um ref\u00fagio do arquiteto, procurou-se com este projeto, desde esta condi\u00e7\u00e3o, realizar algumas experi\u00eancias construtivas, com o objetivo de conciliar diferentes desejos: de reduzir o custo de obra; de preservar a topografia existente; de elevar a constru\u00e7\u00e3o do solo; e por fim, estabelecer uma rela\u00e7\u00e3o espacial singular entre o interior e o entorno imediato.<\/p>\n\n\n\n
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A \u00e1rea dispon\u00edvel para a constru\u00e7\u00e3o compreende uma topografia que define uma esp\u00e9cie de recinto semifechado, contido por taludes preexistentes que formam uma concavidade aberta a leste. Sobre o eixo leste-oeste, no centro deste “recinto”, implanta-se a constru\u00e7\u00e3o a 2,40 metros acima do n\u00edvel de acesso ao terreno. Para isso, lan\u00e7a-se m\u00e3o de uma estrutura mista: um par de funda\u00e7\u00f5es, colunas e vigas em concreto, constituindo uma base sobre a qual nasce um esqueleto leve em estrutura met\u00e1lica, com perfis laminados e tubulares.<\/p>\n\n\n\n
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Fotografia: Federico Cairoli + Plantas: pilotis e pavimento elevado<\/p>\n\n\n\n
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Para a constru\u00e7\u00e3o dos pisos utilizou-se chapas de painel compensado de madeira e pr\u00e9-moldados de concreto. Internamente, os pain\u00e9is compensados constituem caixas enrijecidas e bi-apoiadas, com v\u00e3o livre de 1,60 metro.<\/p>\n\n\n\n
Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 cobertura, um viga met\u00e1lica em perfil “I” deitado constitui ao calha central e, ao mesmo tempo, tem por objetivo tensionar uma s\u00e9rie de barras chatas em a\u00e7o sobre as quais se apoiam as telhas termo-ac\u00fasticas.<\/p>\n\n\n\n
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Fotografia: Federico Cairoli<\/p>\n\n\n\n
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As fachadas laterais, voltadas para o norte e para o sul, s\u00e3o integralmente em vidro mediadas por varandas e uma delicada tela em a\u00e7o, de modo que o interior se abre para os taludes pr\u00f3ximos recobertos por vegeta\u00e7\u00e3o espont\u00e2nea. O vidro aqui permite que a interioridade do ref\u00fagio se expanda at\u00e9 os taludes e a vegeta\u00e7\u00e3o pr\u00f3xima, como a tomar posse deste espa\u00e7o. Deste modo, h\u00e1 um envolvimento entre interior e exterior que de diversas maneiras \u00e9 sentido na experi\u00eancia cotidiana da casa.<\/p>\n\n\n\n
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Fotografias: Federico Cairoli + Cortes e Eleva\u00e7\u00f5es<\/p>\n\n\n\n
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Sobre o projeto: Entrevista exclusiva para MDC.<\/em><\/h3>\n\n\n\n
por Greg\u00f3rio Rosenbusch (G.R.)<\/p>\n\n\n\n
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MDC<\/em> <\/strong>– Como voc\u00ea contextualiza essa obra no conjunto de toda a sua produ\u00e7\u00e3o?<\/em>

G.R. <\/strong>– Este projeto iniciou-se em novembro de 2015, naquela altura, e ap\u00f3s a experi\u00eancia de projeto e acompanhamento de obra de duas casas geminadas (2012) e da casa Henrique Cunha (2014), ansiava por uma constru\u00e7\u00e3o que realizasse a menor interven\u00e7\u00e3o poss\u00edvel no terreno, com um m\u00ednimo trabalho de solo, \u00e9 dizer, cortes, aterros e conten\u00e7\u00f5es, tanto pelo aspecto econ\u00f4mico, mas tamb\u00e9m pelo impacto na configura\u00e7\u00e3o local conforme encontrada e pelo sentido dram\u00e1tico com que muitas vezes estas opera\u00e7\u00f5es de manejo de terra se d\u00e3o.

Uma vez que o s\u00edtio de constru\u00e7\u00e3o possui topografia de perfil inclinado e acidentado, a sa\u00edda seria aderir a um partido de constru\u00e7\u00e3o elevada, de modo a encontrar um espa\u00e7o a\u00e9reo no qual o volume pudesse se desenvolver. Neste sentido, esta obra configura uma esp\u00e9cie de passagem entre uma constru\u00e7\u00e3o afeita ao solo (casas geminadas), para uma semi-projetada ao espa\u00e7o a\u00e9reo (casa Henrique Cunha), e uma libera\u00e7\u00e3o total, por assim dizer, do solo, na casa Elevada. Esta libera\u00e7\u00e3o n\u00e3o significa que a constru\u00e7\u00e3o a\u00e9rea n\u00e3o seja determinada, em certa medida, pelas conting\u00eancias do solo sobre o qual paira, mas que deseja a maior autonomia poss\u00edvel em rela\u00e7\u00e3o ao mesmo.

MDC<\/em> <\/strong>– Como foi o mecanismo de contrata\u00e7\u00e3o do projeto?<\/em>

G.R. <\/strong>– Esta pequena casa foi feita para o pr\u00f3prio arquiteto.

MDC<\/em> <\/strong>– Como foi a fase de concep\u00e7\u00e3o do projeto? Houve grandes inflex\u00f5es conceituais? Voc\u00ea destacaria algum momento significativo do processo?<\/em>

G.R. <\/strong>– O processo de projeto e de obra se deu de modo heterodoxo, j\u00e1 que com pouco desenvolvimento de projeto logo iniciamos a execu\u00e7\u00e3o das funda\u00e7\u00f5es e dos fustes de colunas. Havia naquele momento uma ideia qui\u00e7\u00e1 ing\u00eanua e rom\u00e2ntica de que o projeto se faria com<\/em> a obra ou na<\/em> obra, em outras palavras, dentro<\/em> do processo produtivo da arquitetura, com a experi\u00eancia em canteiro contribuindo constantemente para a defini\u00e7\u00e3o e atualiza\u00e7\u00e3o das decis\u00f5es. Hoje compreendo que havia tamb\u00e9m uma grande ansiedade mesclada com um desejo de experimenta\u00e7\u00e3o.

MDC<\/em> <\/strong>– Nas etapas de desenvolvimento executivo e elabora\u00e7\u00e3o de projetos de engenharia houve participa\u00e7\u00e3o ativa dos autores? Houve varia\u00e7\u00f5es de projeto decorrentes da interlocu\u00e7\u00e3o com esses outros atores que modificaram as solu\u00e7\u00f5es originais? Se sim, pode comentar as mais importantes?<\/em>

G.R. <\/strong>– O processo de projeto contou com a interlocu\u00e7\u00e3o com alguns profissionais. Como exemplo, no piso das varandas utilizamos pain\u00e9is pr\u00e9-moldados de concreto, usualmente fabricados para a execu\u00e7\u00e3o de lajes recobertas com concreto. O que imaginamos foi inverter a posi\u00e7\u00e3o do painel, de tal modo a ter a ferragem exposta da treli\u00e7a voltada para baixo, a fim de objetivar um melhor aproveitamento do a\u00e7o nos esfor\u00e7os de tra\u00e7\u00e3o e assim dar conta de um v\u00e3o de 1,60m. Na empresa local (Plainco) fabricante de pain\u00e9is pr\u00e9-moldados de concreto, foi poss\u00edvel realizar uma prova de carga, com a sobreposi\u00e7\u00e3o de sacos de cimento empilhados um a um sobre um painel levemente suspenso do ch\u00e3o, apoiado em cal\u00e7os. A observa\u00e7\u00e3o emp\u00edrica surpreendeu, do ponto de vista da resist\u00eancia do painel, o pr\u00f3prio engenheiro fabricante, que havia calculado as ferragens do painel para um prop\u00f3sito distinto daquele testado.

Em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 montagem da gaiola met\u00e1lica, foi necess\u00e1rio acompanhar o processo para entender a necessidade de refor\u00e7os que surgiram de deforma\u00e7\u00f5es n\u00e3o previstas, num processo de an\u00e1lise e interlocu\u00e7\u00e3o muito pr\u00f3xima com a equipe de serralheria.

O piso interno, por sua vez, constitu\u00eddo por caixas enrijecidas de compensado, teve a sua resist\u00eancia testada a partir de um primeiro prot\u00f3tipo na oficina de marcenaria. Suficientemente r\u00edgido, foi ent\u00e3o reproduzido.

Em suma, houve uma rica interlocu\u00e7\u00e3o especialmente com prestadores de servi\u00e7os e alguns fornecedores.

MDC <\/strong>– Os autores dos projetos tiveram participa\u00e7\u00e3o no processo de constru\u00e7\u00e3o\/implementa\u00e7\u00e3o da obra?<\/em> Se sim, quais os momentos decisivos dessa participa\u00e7\u00e3o?<\/em>

G.R. <\/strong>– Nesta obra realizamos toda a gest\u00e3o e coordena\u00e7\u00e3o da obra, alguns momentos decisivos foram pontuados acima.

MDC <\/strong>– Voc\u00ea destacaria algum fato relevante da vida do edif\u00edcio\/espa\u00e7o livre ap\u00f3s a sua constru\u00e7\u00e3o?<\/em>

G.R. <\/strong>– Um fato relevante ocorreu logo ap\u00f3s a conclus\u00e3o da montagem da estrutura met\u00e1lica, do piso e dos fechamentos, quando ent\u00e3o constatamos um significativo movimento e balan\u00e7o da estrutura, principalmente sob efeito de carga acidental, com o deslocamento dos corpos no espa\u00e7o. Essa caracter\u00edstica logo se tornou bem-vinda, animada pela ideia do habitat sujeito a uma condi\u00e7\u00e3o de estabilidade delicada e da explicita\u00e7\u00e3o da elasticidade dos materiais.

MDC <\/strong>– Se esse mesmo problema de projeto chegasse hoje a suas m\u00e3os, faria algo diferente?<\/em>

G.R. <\/strong>-\u2002A experi\u00eancia com essa estrutura el\u00e1stica logo se converteu na compreens\u00e3o, a partir da observa\u00e7\u00e3o emp\u00edrica, da necessidade de travamentos diagonais para o contraventamento de estruturas met\u00e1licas, algo bastante \u00f3bvio e corrente no ensino da arquitetura. Hoje, em nossos projetos atuais, estamos muito interessados em conformar planos e volumes em a\u00e7o o mais triangulados poss\u00edveis, no sentido de obter o menor peso em a\u00e7o e maior resist\u00eancia e estabilidade.

MDC <\/strong>– Como voc\u00ea contextualiza essa obra no panorama da arquitetura contempor\u00e2nea do seu pa\u00eds?<\/em>

G.R. <\/strong>– A meu ver, esta obra reflete, especialmente nos pilotis, uma admira\u00e7\u00e3o e interesse pelo trabalho de Angelo Bucci, no que diz respeito a estruturas centrais (cl\u00ednica de psicologia e casa em Carapicu\u00edba). De outro lado, h\u00e1 tamb\u00e9m na articula\u00e7\u00e3o dos pilotis com a estrutura em a\u00e7o o resultado de uma observa\u00e7\u00e3o das estrutura de viadutos de vias expressas e estradas de rodagem. Mas fundamentalmente penso que esta obra se situa no conjunto de trabalhos de uma gera\u00e7\u00e3o baseada no Rio de Janeiro e que, de algum modo, passou pelos ateli\u00eas ou pelos escrit\u00f3rios de Diego Portas e Carla Jua\u00e7aba.
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projeto executivo<\/h3>\n\n\n\n
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EXECUTIVO<\/strong>

3 pranchas (pdf).
591kb<\/p>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n
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MOBILI\u00c1RIO<\/strong>

3 pranchas (pdf).
118kb<\/p>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n
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ficha t\u00e9cnica do projeto<\/h3>\n\n\n\n
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Local:\u00a0<\/strong>Petr\u00f3polis, RJ
Ano de projeto:<\/strong> 2016
Ano de execu\u00e7\u00e3o e conclus\u00e3o da obra:<\/strong> 2017
\u00c1rea:<\/strong> 60 m\u00b2
Autor:<\/strong>\u00a0Greg\u00f3rio Rosenbuch
Respons\u00e1vel pela obra:<\/strong>\u00a0Greg\u00f3rio Rosenbuch

Arquitetura:<\/strong> Venta Arquitetos
Estrutura: <\/strong>Ricardo Barelli (Teto Engenharia)
Estrutura met\u00e1lica: <\/strong>Joafer Serralheria (Jos\u00e9 Ant\u00f4nio)
Compensado: <\/strong>Ant\u00f4nio Schneider
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Fotos:<\/strong> Federico Cairoli
Ilustra\u00e7\u00f5es:<\/strong> Nicol\u00e1s Castagnola
Contato:<\/strong> contato@venta.arq.br<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n\n\n\n
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colabora\u00e7\u00e3o editorial<\/h3>\n\n\n\n
Isabela Gomide<\/p>\n\n\n\n
deseja citar esse post?<\/h3>\n\n\n\n
ROSENBUSCH, Greg\u00f3rio. “Casa Elevada”. MDC: M\u00ednimo Denominador Comum<\/strong>, Belo Horizonte, s.n., jan–<\/strong>2024. Dispon\u00edvel em http:\/\/www.puntoni.28ers.com\/2024\/01<\/a>\/<\/strong>21\/casa-henrique-cunha-e-casa-elevada-parte-2\/. Acesso em: [incluir data do acesso].<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n\n\n\n
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projeto executivo<\/h3>\n\n\n\n<\/div>\n\n\n\n<\/a><\/figure>\nEXECUTIVO<\/strong>3 pranchas (pdf).591kb<\/p>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n

colabora\u00e7\u00e3o editorial<\/h3>\n\n\n\nIsabela Gomide<\/p>\n\n\n\n

colabora\u00e7\u00e3o editorial<\/h3>\n\n\n\n
Isabela Gomide<\/p>\n\n\n\n