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Casa Henrique Cunha (texto fornecido pelos autores)<\/h3>\n\n\n\n
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Implanta\u00e7\u00e3o da Casa Henrique Cunha em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 Casa Elevada<\/p>\n\n\n\n
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Esta resid\u00eancia est\u00e1 situada em um lote localizado na rua Dr. Henrique Cunha, em um bairro residencial a 5km do centro de Petr\u00f3polis. Este trecho da rua \u00e9 em aclive na dire\u00e7\u00e3o norte-sul e \u00e9 ladeado por um amplo terreno arborizado a leste. Do outro lado, a oeste, est\u00e1 o lote em quest\u00e3o, que faz parte de um loteamento com fra\u00e7\u00f5es estreitas e profundas (16X400m), se estendendo at\u00e9 a vertente do morro, em acentuado aclive.<\/p>\n\n\n\n
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Fotografia: Federico Cairoli<\/p>\n\n\n\n
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A implanta\u00e7\u00e3o tem como princ\u00edpio organizar a maior parte do programa, aquilo que atende integralmente \u00e0s necessidades cotidianas de um casal, em cota elevada em rela\u00e7\u00e3o \u00e0 rua, para receber a incid\u00eancia direta de luz natural, especialmente na parte da manh\u00e3. Para isso, \u00e9 necess\u00e1rio estar o mais elevado poss\u00edvel em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s copas das \u00e1rvores a leste.<\/p>\n\n\n\n
O acesso \u00e0 cota de implanta\u00e7\u00e3o do pavimento principal \u00e9 feito por meio de uma rua interna e desde a garagem \u00e9 poss\u00edvel entrar na casa, uma constru\u00e7\u00e3o alongada implantada a 14 metros acima do n\u00edvel de entrada ao terreno.<\/p>\n\n\n\n
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Fotografia: Federico Cairoli + Planta<\/p>\n\n\n\n
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Uma vez que esta constru\u00e7\u00e3o avan\u00e7a em dire\u00e7\u00e3o \u00e0 rua, ela se projeta sobre a topografia, que desce conforme o perfil natural. Neste trecho elevado, o pavimento principal foi constru\u00eddo em estrutura met\u00e1lica e apoia-se sobre quatro colunas em concreto armado que, diante da necessidade de travamentos horizontais, definem uma grade espacial que acolhe dois pavimentos inferiores. O primeiro abriga um programa complementar para h\u00f3spedes, e o segundo configura-se como uma esp\u00e9cie de “terreno a\u00e9reo”, que consiste numa laje \u00e0 espera de futura expans\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n
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Fotografias: Federico Cairoli + Corte e Eleva\u00e7\u00f5es<\/p>\n\n\n\n
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Sobre o projeto: Entrevista exclusiva para MDC.<\/em><\/h3>\n\n\n\n
por Laura Rosenbusch (L.R.) e Greg\u00f3rio Rosenbusch (G.R.)<\/p>\n\n\n\n
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MDC<\/em> <\/strong>– Como voc\u00ea contextualiza essa obra no conjunto de toda a sua produ\u00e7\u00e3o?<\/em>

L.R \/ G.R. <\/strong>– Este projeto, iniciado em 2013, foi o segundo projeto realizado por n\u00f3s (o primeiro foi um conjunto de duas casas geminadas), desse modo, foi muito importante para o inicio de nossa carreira enquanto oportunidade de ter contato com as diferentes etapas do projeto e principalmente com o processo de sua constru\u00e7\u00e3o.

MDC<\/em> <\/strong>– Como foi o mecanismo de contrata\u00e7\u00e3o do projeto?<\/em>

L.R \/<\/strong> G.R. <\/strong>– Esta casa foi projetada para nossos pais (j\u00e1 que somos irm\u00e3os e s\u00f3cios).

MDC<\/em> <\/strong>– Como foi a fase de concep\u00e7\u00e3o do projeto? Houve grandes inflex\u00f5es conceituais? Voc\u00ea destacaria algum momento significativo do processo?<\/em>

L.R \/<\/strong> G.R. <\/strong>– O processo de projeto se deu de forma a integrar certas convic\u00e7\u00f5es nossas como rec\u00e9m-formados, principalmente de obter uma est\u00e9tica resultante das demandas de projeto, com os desejos dos clientes, por exemplo a vontade de seguir uma est\u00e9tica mais comumente encontrada nas casas da regi\u00e3o (a casa se situa em Petr\u00f3polis, regi\u00e3o serrana do estado do Rio de Janeiro) e da ideia tradicional de casa. Este foi um debate constante durante o processo. Por\u00e9m, os clientes, sempre muito envolvidos tanto no processo de projeto quanto de obra, foram compreendendo o motivo de cada decis\u00e3o, estas que n\u00e3o se restringiam apenas a quest\u00f5es meramente est\u00e9ticas mas que buscavam abarcar uma s\u00e9rie de conting\u00eancias tanto econ\u00f4micas, como funcionais e ambientais (a rela\u00e7\u00e3o com o terreno, com o entorno, com o clima). Ao final buscou-se chegar a pontos de converg\u00eancia.

Assim, foram definidos alguns princ\u00edpios que conduziram as decis\u00f5es formais: a eleva\u00e7\u00e3o do volume principal da casa para que o sol pudesse chegar ao interior da casa (que est\u00e1 implantado em uma cota a 14 metros de altura em rela\u00e7\u00e3o a rua); a integra\u00e7\u00e3o do programa principal em um \u00fanico pavimento, de modo a evitar escadas no uso cotidiano da casa; al\u00e9m de uma vontade, nesse caso mais est\u00e9tica, de construir uma casa com cobertura em laje plana.

MDC<\/em> <\/strong>– Nas etapas de desenvolvimento executivo e elabora\u00e7\u00e3o de projetos de engenharia houve participa\u00e7\u00e3o ativa dos autores? Houve varia\u00e7\u00f5es de projeto decorrentes da interlocu\u00e7\u00e3o com esses outros atores que modificaram as solu\u00e7\u00f5es originais? Se sim, pode comentar as mais importantes?<\/em>

L.R \/<\/strong> G.R. <\/strong>– Este foi nosso primeiro projeto em colabora\u00e7\u00e3o com o engenheiro Ricardo Barelli e equipe e pontuaria ao menos dois aspectos que consideramos relevantes. O primeiro deles diz respeito a um v\u00e3o de 9,00m que a laje de piso do pavimento principal vence, na passagem do trecho apoiado sobre o terreno para o trecho elevado. Desej\u00e1vamos resolver este v\u00e3o com 35cm de altura de viga invertida em concreto, incluindo a espessura de laje (12cm). Para isso, trabalhamos o conceito de colabora\u00e7\u00e3o entre viga invertida e laje, distribuindo os esfor\u00e7os de tra\u00e7\u00e3o nas ferragens da laje. O segundo aspecto trata do contraventamento da sequ\u00eancia de p\u00f3rticos em a\u00e7o que sustentam a cobertura. Esta demanda por contraventamento nos indicou a possibilidade de alternar v\u00e3os em alvenaria e v\u00e3os com abertura, de tal modo que todas as colunas se encontram associadas aos pain\u00e9is de alvenaria e assim contraventadas pelos mesmos, resultando numa solu\u00e7\u00e3o que associa demandas estruturais com uma determinada rela\u00e7\u00e3o entre interior e exterior, neste caso de enquadramento da paisagem, e de ritmo de fachada.

MDC <\/strong>– Os autores dos projetos tiveram participa\u00e7\u00e3o no processo de constru\u00e7\u00e3o\/implementa\u00e7\u00e3o da obra?<\/em> Se sim, quais os momentos decisivos dessa participa\u00e7\u00e3o?<\/em>

L.R \/ G.R. <\/strong>– Esta obra foi dirigida por n\u00f3s, que ficamos respons\u00e1veis por todas as contrata\u00e7\u00f5es e acompanhamento t\u00e9cnico do dia-a-dia dos trabalhos. Um momento decisivo se deu logo ao princ\u00edpio, quando terminada a terraplenagem e nos encontramos com um maci\u00e7o rochoso imprevisto, uma rocha muito bonita, mas que nos exigiu uma total redefini\u00e7\u00e3o do espa\u00e7o de garagem. Por outro lado, surgiu a oportunidade de explorar a visibilidade desta pedra, sendo ent\u00e3o alterada a fachada onde se encontra a copa, finalmente com uma grande abertura orientada para a pedra. Nesta situa\u00e7\u00e3o foi poss\u00edvel compreender esta inst\u00e2ncia de atualiza\u00e7\u00e3o do projeto em obra como forma de melhor relacionar o mesmo a seu contexto de implanta\u00e7\u00e3o, que de certo modo se revela com a pr\u00f3pria constru\u00e7\u00e3o.

MDC <\/strong>– Voc\u00ea destacaria algum fato relevante da vida do edif\u00edcio\/espa\u00e7o livre ap\u00f3s a sua constru\u00e7\u00e3o?<\/em>

L.R. \/ G.R. <\/strong>– O volume principal da casa apoia-se sobre quatro colunas em concreto armado situadas no trecho do terreno em declive, com aproximadamente 14m de comprimento e se\u00e7\u00e3o de 25 x 25 cm. Diante da necessidade de travamentos horizontais para obter esta se\u00e7\u00e3o, definiu-se uma grade espacial que acolhe dois pavimentos inferiores. O primeiro abriga um programa complementar para h\u00f3spedes, o segundo configura-se como uma esp\u00e9cie de reserva de terreno, ou como nos habituamos a chamar, um “terreno a\u00e9reo”, que consiste numa laje \u00e0 espera de futura expans\u00e3o.

Esta laje ficou por quase 10 anos vazia, sem uso definido, acabamos de realizar o projeto de fechamento deste espa\u00e7o que abrigar\u00e1 um pequeno apartamento (um espa\u00e7o \u00fanico com copa, sala e quarto, al\u00e9m de um banheiro), com entrada independente que ser\u00e1 usado para h\u00f3spedes.

MDC <\/strong>– Se esse mesmo problema de projeto chegasse hoje a suas m\u00e3os, faria algo diferente?<\/em>

L.R. \/ G.R. <\/strong>– Acredito que hoje elaborar\u00edamos de modo distinto, entre outras raz\u00f5es porque este projeto se realizou num momento muito inicial de nossas carreiras. Nos faltou naquela inst\u00e2ncia, e em outras tamb\u00e9m, um processo mais linear de desenvolvimento de projeto, que neste caso passou por muitos giros, de tal modo que somente a obra colocava fim nas nossas investiga\u00e7\u00f5es projetuais, o que de certo modo atropelava o processo.

MDC <\/strong>– Como voc\u00ea contextualiza essa obra no panorama da arquitetura contempor\u00e2nea do seu pa\u00eds?<\/em>

L.R. \/ G.R. <\/strong>– Naquele momento nos interess\u00e1vamos muito por algumas casas do Brasil Arquitetura, casas com muros rebocados, esquadrias de madeira, beirais esbeltos em concreto armado, enfim, com um arranjo que concilia certa cotidianidade nos elementos construtivos e, ao mesmo tempo, uma espacialidade e uma linguagem modernas. De algum modo procuramos nesta ocasi\u00e3o nos aproximar deste tipo de arquitetura, j\u00e1 que nos parecia palp\u00e1vel (mas n\u00e3o era, j\u00e1 que estas casas mencionadas s\u00e3o muito sofisticadas, produtos de uma arquitetura extremamente madura).
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projeto executivo<\/h3>\n\n\n\n
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EXECUTIVO<\/strong>

2 pranchas (pdf).
482kb<\/p>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n
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ficha t\u00e9cnica – casa henrique cunha<\/h3>\n\n\n\n
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Local:\u00a0<\/strong>Petr\u00f3polis, RJ
Ano de projeto:<\/strong> 2013
Ano de execu\u00e7\u00e3o e conclus\u00e3o da obra:<\/strong> 2014
\u00c1rea:<\/strong> 210 m\u00b2
Autor:<\/strong>\u00a0Greg\u00f3rio Rosenbuch e Laura Rosenbusch
Respons\u00e1vel pela obra:<\/strong>\u00a0Greg\u00f3rio Rosenbuch

Arquitetura:<\/strong> Venta Arquitetos
Estrutura: <\/strong>Ricardo Barelli (Teto Engenharia)
Sondagem:<\/strong> Sondestaq
Esquadrias de madeira: <\/strong>Advaldo M\u00f3veis Planejados

Fotos:<\/strong> Federico Cairoli
Contato:<\/strong> contato@venta.arq.br<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n\n\n\n
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galeria casa henrique cunha<\/h3>\n\n\n\n
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colabora\u00e7\u00e3o editorial<\/h3>\n\n\n\n
Isabela Gomide<\/p>\n\n\n\n
deseja citar esse post?<\/h3>\n\n\n\n
ROSENBUSCH, Greg\u00f3rio. ROSENBUSCH, Laura. “Casa Henrique Cunha e Casa Elevada”. MDC: M\u00ednimo Denominador Comum<\/strong>, Belo Horizonte, s.n., jan-2024. Dispon\u00edvel em http:\/\/www.puntoni.28ers.com\/2024\/01<\/a>\/<\/strong>21\/casa-henrique-cunha-e-casa-elevada-parte-1\/. Acesso em: [incluir data do acesso].<\/p>\n<\/div>\n<\/div>\n\n\n\n
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projeto executivo<\/h3>\n\n\n\n<\/div>\n\n\n\n<\/a><\/figure>\nEXECUTIVO<\/strong>2 pranchas (pdf).482kb<\/p>\n<\/div><\/div>\n\n\n\n

colabora\u00e7\u00e3o editorial<\/h3>\n\n\n\nIsabela Gomide<\/p>\n\n\n\n

colabora\u00e7\u00e3o editorial<\/h3>\n\n\n\n
Isabela Gomide<\/p>\n\n\n\n