{"id":3759,"date":"2010-01-15T02:14:20","date_gmt":"2010-01-15T05:14:20","guid":{"rendered":"http:\/\/puntoni.28ers.com\/?p=3759"},"modified":"2010-02-09T19:26:26","modified_gmt":"2010-02-09T22:26:26","slug":"1%c2%ba-seminario-docomomo-mg","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/puntoni.28ers.com\/2010\/01\/15\/1%c2%ba-seminario-docomomo-mg\/","title":{"rendered":"1\u00ba semin\u00e1rio docomomo-mg"},"content":{"rendered":"
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\n1 de mar\u00e7o de 2010<\/p>\n<\/div>\n
1\u00ba. SEMIN\u00c1RIO DO.CO.MO.MO-MG<\/strong> <\/p>\n <\/strong><\/p>\n Apresenta\u00e7\u00e3o<\/strong><\/p>\n A busca pelo ouro levou portugueses, em tempos coloniais, a seguir pelo interior afora, na \u00e2nsia de encontrar f\u00e9rteis jazidas e enriquecimento r\u00e1pido. O enriquecimento n\u00e3o se tornou realidade para a grande maioria. Esta riqueza logo mostrou sua volatilidade no territ\u00f3rio da Col\u00f4nia. Pouco dela, ou pouqu\u00edssimo, ficou para os povoados a\u00ed situados. No entanto, a participa\u00e7\u00e3o na forma\u00e7\u00e3o tardia de uma nacionalidade nessa extensa regi\u00e3o dependeu basicamente dos la\u00e7os culturais resultantes destas a\u00e7\u00f5es. Segundo Garc\u00eda Canclini:<\/p>\n \u201cAquilo que se entende por cultura nacional muda de acordo com as \u00e9pocas. Isto demonstra que, mesmo existindo suportes concretos e cont\u00ednuos do que se concebe como na\u00e7\u00e3o (o territ\u00f3rio, a popula\u00e7\u00e3o e seus costumes etc.), em boa parte o que se considera como tal \u00e9 uma constru\u00e7\u00e3o imagin\u00e1ria.\u201d (GARC\u00cdA CANCLINI. O patrim\u00f4nio cultural e a constru\u00e7\u00e3o imagin\u00e1ria do nacional. Revista do PHAN<\/strong>, n. 23, p. 98, 1994)<\/p>\n<\/blockquote>\n Embora naquele remoto s\u00e9culo XVIII, a forma\u00e7\u00e3o de uma nacionalidade n\u00e3o fizesse parte dos objetivos daqueles obstinados bandeirantes ou daqueles aventureiros em busca de riqueza, a expans\u00e3o do territ\u00f3rio nacional j\u00e1 estava sendo delineada. Partindo das capitanias do Rio de Janeiro ou de S\u00e3o Vicente, as bandeiras foram se embrenhando pelo interior desconhecido, deixando em seu rastro uma urbaniza\u00e7\u00e3o rarefeita, mas fixa por v\u00e1rios motivos. Inicialmente, a busca do ouro na regi\u00e3o central do estado e mesmo na dire\u00e7\u00e3o norte e oeste que lan\u00e7ou um rastro permanente; depois, a boa adapta\u00e7\u00e3o do caf\u00e9 fez com que novas rotas auxiliadas pelos novos meios de transporte renovassem a \u00e1rea de ocupa\u00e7\u00e3o. Com a industrializa\u00e7\u00e3o, veio o apogeu de diversas regi\u00f5es no estado. A pr\u00f3pria Rep\u00fablica foi a\u00ed saudada com novos espa\u00e7os, novas constru\u00e7\u00f5es que modernizaram o Estado, deixando para tr\u00e1s o aspecto de Prov\u00edncia.<\/p>\n Em tempos de modernidade, seja sob a \u00f3tica do governo de Get\u00falio Vargas ou aquela de Juscelino Kubitschek, estas dist\u00e2ncias passaram a ser diminu\u00eddas pela dissemina\u00e7\u00e3o e divulga\u00e7\u00e3o de ideais modernos. A R\u00e1dio Nacional teve papel fundamental nesta difus\u00e3o. Mais tarde, com o telefone e a televis\u00e3o mais democratizados, al\u00e9m de outros aparatos, as \u2018minas gerais\u2019 deixaram de ser uma refer\u00eancia ao passado e uma regi\u00e3o importante no pensamento pol\u00edtico nacional transformando-se em mais uma \u00e1rea no mapa mental de brasileiros como parte de sua na\u00e7\u00e3o. Contrapondo-se ao passado colonial, a modernidade de Pampulha fez com que essas comunidades antes consideradas isoladas passassem a fazer parte do corpo integrante da na\u00e7\u00e3o. A abertura para a atua\u00e7\u00e3o de jovens arquitetos cariocas em um territ\u00f3rio embora no interior mas totalmente promissor possibilitou a inclus\u00e3o do estado de Minas Gerais na hist\u00f3ria da arquitetura moderna no Brasil, desde o seu alvorecer. Vale mencionar que, a partir dos anos 30, acrescida \u00e0 intensa discuss\u00e3o dos problemas urbanos, a busca de uma linguagem moderna imp\u00f5e-se \u00e0 moderna Capital Mineira e se difunde pelas cidades do interior.<\/p>\n A esta altura, fazer parte da na\u00e7\u00e3o brasileira significava fazer parte tamb\u00e9m de uma modernidade art\u00edstica, arquitet\u00f4nica, liter\u00e1ria, musical. O imagin\u00e1rio moderno n\u00e3o admitia barreiras geogr\u00e1ficas. Ali\u00e1s, h\u00e1 a\u00ed quase que um contra-senso: ser moderno pode ser visto como ser parte do mundo \u2013 industrializado, cosmopolitizado, universalizado \u2013 mesmo que caracter\u00edsticas regionais sejam evidentes aqui e ali. A inclus\u00e3o e a diversidade deveriam ser itens de um mesmo discurso. Primeiro no Conjunto da Pampulha \u2013 uma \u00e1rea constru\u00edda exclusivamente para a elite mineira que marcou com distin\u00e7\u00e3o a penetra\u00e7\u00e3o do ide\u00e1rio moderno no \u00e2mbito da Arquitetura e do Urbanismo em Minas Gerais \u2013 inclusive tendo servido como importante referencial para a popula\u00e7\u00e3o local que queria fazer parte, mesmo que no plano das id\u00e9ias e das imagens, do mundo moderno: os telhados-borboleta j\u00e1 com o uso de lajes planas inclinadas, o uso de azulejos modernizados nas fachadas, as platibandas escondendo um telhado com materiais industrializados da produ\u00e7\u00e3o nacional, as colunas mais esbeltas pr\u00f3prias da tecnologia do concreto, etc. Como cari\u00e1tides do Mundo Moderno, o uso destas colunas \u00e9 representativo da vontade comum de um pertencimento ao Brasil moderno.<\/p>\n E entre as cidades do s\u00e9culo XX temos Bras\u00edlia, cidade moderna que completa cinquenta anos em 2010 e que em 1989 teve seu Plano Piloto reconhecido pela Unesco como Patrim\u00f4nio Mundial da Humanidade preservando assim seu car\u00e1ter moderno. A constru\u00e7\u00e3o dessa cidade moderna iria influenciar e contribuir com o desenvolvimento das cidades do Triangulo Mineiro que se encontrava em posi\u00e7\u00e3o geogr\u00e1fica privilegiada em rela\u00e7\u00e3o a Bras\u00edlia. A interioriza\u00e7\u00e3o da capital da rep\u00fablica foi um projeto que teve o apoio da cidade de Uberl\u00e2ndia e sua regi\u00e3o, que serviram de posto de passagem para a nova capital, na \u00e9poca da constru\u00e7\u00e3o h\u00e1 cinq\u00fcenta anos atr\u00e1s, e se constituiu em fator fundamental para o crescimento local e regional.<\/p>\n A dist\u00e2ncia do litoral, a ocupa\u00e7\u00e3o esparsa e tardia fruto de uma economia local, uma urbaniza\u00e7\u00e3o planejada em pontos estrat\u00e9gicos e a ocupa\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica do territ\u00f3rio fizeram de Minas um projeto-piloto de uma poss\u00edvel e bem sucedida ocupa\u00e7\u00e3o continental. Talvez compartilhe mesmo de certo car\u00e1ter desenvolvimentista na configura\u00e7\u00e3o das cidades do s\u00e9culo XX.<\/p>\n Teria este car\u00e1ter auxiliado no desenvolvimento de uma arquitetura pr\u00f3pria ou da arquitetura em si? \u00c0 ocupa\u00e7\u00e3o do territ\u00f3rio teria se irmanado a constru\u00e7\u00e3o de um territ\u00f3rio da arquitetura e do urbanismo pr\u00f3prios dessas regi\u00f5es? Que pesquisas v\u00eam sendo feitas no sentido de se mapear esses novos territ\u00f3rios, ou de identificar os poss\u00edveis desenvolvimentos aut\u00f3ctones ocorridos nas cidades do estado mineiro?<\/p>\n N\u00e3o s\u00f3 Garc\u00eda Canclini acredita que a forma\u00e7\u00e3o de uma na\u00e7\u00e3o depende de la\u00e7os imagin\u00e1rios. S\u00f3 uma l\u00edngua materna e\/ou oficial em comum n\u00e3o basta. \u00c9 preciso ter algo mais e as v\u00e1rias formas de express\u00e3o s\u00e3o partes imprescind\u00edveis do conjunto de elementos que formam uma cultura. E a arquitetura como express\u00e3o de um povo e de uma \u00e9poca pode ter um papel fundamental na forma\u00e7\u00e3o destes la\u00e7os.<\/p>\n Para tanto \u00e9 que propomos o 1\u00ba. Semin\u00e1rio Docomomo Minas Gerais. As suas ra\u00edzes hist\u00f3ricas, fundadas em um mesmo prop\u00f3sito, suas semelhan\u00e7as territoriais e geogr\u00e1ficas na dist\u00e2ncia dos grandes centros do litoral do sudeste brasileiro, s\u00e3o motivos suficientes para esta proposta. Apresentamos assim a oportunidade de reunir profissionais arquitetos, engenheiros, historiadores, restauradores e pesquisadores para a discuss\u00e3o desse amplo acervo, ainda pouco conhecido e com tanto para ser divulgado e debatido.<\/p>\n Objetivo principal:<\/strong><\/p>\n Apresentar e debater as a\u00e7\u00f5es de documenta\u00e7\u00e3o e conserva\u00e7\u00e3o do Patrim\u00f4nio Cultural Moderno de Minas Gerais. A partir da apresenta\u00e7\u00e3o de pesquisas e a\u00e7\u00f5es conclu\u00eddas ou em andamento, avaliar o conjunto de medidas que v\u00eam sendo feitas e propor novas provid\u00eancias no sentido de promover um debate regional, cont\u00ednuo e ativo.<\/p>\n Sess\u00f5es tem\u00e1ticas<\/strong><\/p>\n 1. Documenta\u00e7\u00e3o \u2013 invent\u00e1rio e an\u00e1lise hist\u00f3rica das obras<\/p>\n 2. Conserva\u00e7\u00e3o e Preserva\u00e7\u00e3o \u2013 interven\u00e7\u00f5es de restaura\u00e7\u00e3o; recupera\u00e7\u00e3o de documenta\u00e7\u00e3o e abordagens sobre a conserva\u00e7\u00e3o da arquitetura moderna nos cursos de Arquitetura e Urbanismo<\/p>\n 3. Mestres e disseminadores do Modernismo \u2013 trajet\u00f3rias profissionais e acad\u00eamicas<\/p>\n 4. Ide\u00e1rio urban\u00edstico \u2013 propostas, realiza\u00e7\u00f5es e interven\u00e7\u00f5es<\/p>\n P\u00fablico alvo:<\/strong><\/p>\n Pretende-se reunir, com este evento, profissionais, pesquisadores, professores, estudantes de arquitetura e \u00e1reas afins, que v\u00eaem estudando a produ\u00e7\u00e3o arquitet\u00f4nica e o urbanismo de Minas Gerais. Em princ\u00edpio, prev\u00ea-se um n\u00famero em torno de 200 participantes, entre as v\u00e1rias categorias. Al\u00e9m de pessoas do meio acad\u00eamico, o evento ser\u00e1 aberto \u00e0 participa\u00e7\u00e3o de todos os profissionais da \u00e1rea de prote\u00e7\u00e3o do patrim\u00f4nio hist\u00f3rico e art\u00edstico, sejam eles t\u00e9cnicos de institui\u00e7\u00f5es governamentais como o IPHAN e o IEPHA, mas tamb\u00e9m as secretarias e departamentos de prefeituras, de arquivos p\u00fablicos e funda\u00e7\u00f5es privadas ou organiza\u00e7\u00f5es n\u00e3o-governamentais com atua\u00e7\u00e3o comprovada na \u00e1rea.<\/p>\n Local: <\/strong>Campus<\/em> da Universidade Federal de Uberl\u00e2ndia (UFU), Uberl\u00e2ndia, Minas Gerais <\/strong><\/p>\n Per\u00edodo: <\/strong>de 21 a 24 de abril de 2010<\/p>\n Atividades:<\/strong><\/p>\n Palestras, mesas-redondas, sess\u00f5es de comunica\u00e7\u00e3o de trabalhos, exposi\u00e7\u00f5es, v\u00eddeos e lan\u00e7amento de livros, visitas t\u00e9cnicas (obras de Lina Bo Bardi, Oswaldo Arthur Bratke e Jorge Coury em Uberl\u00e2ndia; Lu\u00eds Signorelli, Francisco Bolonha, Roberto Burle Marx e Raphael Hardy Filho em Arax\u00e1, dentre outros).<\/p>\n Propostas de Mesas-Redondas:<\/strong><\/p>\n Inscri\u00e7\u00f5es e taxas de pagamento:<\/strong><\/p>\n
\nArquitetura e Urbanismo Modernos em Minas Gerais:
\nnovas fronteiras, novos cen\u00e1rios<\/strong><\/span>
\nUberl\u00e2ndia, 21 a 24 de abril de 2010<\/p>\n\n
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