{"id":391,"date":"2006-03-31T19:25:28","date_gmt":"2006-03-31T21:25:28","guid":{"rendered":"http:\/\/puntoni.28ers.com\/?p=391"},"modified":"2009-02-04T05:41:24","modified_gmt":"2009-02-04T07:41:24","slug":"monumentalidade-x-cotidiano-a-funcao-publica-da-arquitetura","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/puntoni.28ers.com\/2006\/03\/31\/monumentalidade-x-cotidiano-a-funcao-publica-da-arquitetura\/","title":{"rendered":"Monumentalidade X cotidiano: a fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica da arquitetura"},"content":{"rendered":"
<\/a>Joaquim Guedes<\/p>\n [Ler o artigo em PDF]<\/strong><\/a><\/p>\n Veja as vers\u00f5es ampliadas dos projetos comentados:<\/p>\n Plano Piloto de Bras\u00edlia<\/a><\/p>\n Cidade Cara\u00edba – BA<\/a><\/p>\n Progetto Bicocca – It\u00e1lia<\/a><\/p>\n <\/p>\n Nunca conheci quem tivesse levado porrada. Temas de congressos e semin\u00e1rios, garimpados intensa e honestamente, no calor da organiza\u00e7\u00e3o, sempre acertam. S\u00e3o frutos de racionalidade inalcan\u00e7ada, que flutua \u00e0 procura de uma esp\u00e9cie de verdade diferida. Parecem estranhos e pretensiosos, num primeiro momento. Rumo incerto. Depois crescem e iluminam in\u00fameros sentidos. Brilham. Como no XX Congresso da Uni\u00e3o Internacional de Arquitetos, em Berlim, 2003. O tema era radical: \u201cRecurso Arquitetura\u201d. Ao final, revelou-se um instigante suporte \u00e0 reflex\u00e3o de centenas de participantes do mundo todo, como pudemos ver.<\/p>\n Assim, foi um prazer perscrutar, na forma apresentada, os poss\u00edveis significados da associa\u00e7\u00e3o dos termos \u201cmonumentalidade, cotidiano\u201d e \u201ca fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica da arquitetura\u201d. Habitualmente coexistem neutros. Por\u00e9m aqui, \u201cMONUMENTALIDADE X COTIDIANO\u201d, isto \u00e9, versus e contrapostos, caixa alta em meio de frase, n\u00e3o s\u00e3o mera ocasionalidade gr\u00e1fica. Instauram um forte confronto entre os conceitos iniciais que aperfei\u00e7oa o tema em certeiro e contundente questionamento. Leio, finalmente, dois pontos: \u201cA FUN\u00c7\u00c3O P\u00daBLICA DA ARQUITETURA\u201d, como um arremate conciliador … que os paulistas veriam, com todo o respeito, como virtude tipicamente mineira. A preposi\u00e7\u00e3o \u201cda\u201d transforma a fun\u00e7\u00e3o p\u00fablica em algo inerente \u00e0 natureza da arquitetura. Ent\u00e3o, estamos salvos, n\u00e3o h\u00e1 problema. Finalmente, n\u00e3o h\u00e1 conflito. Nem t\u00e3o monumental, nem t\u00e3o cotidiano, se formos re-publica-nos.<\/p>\n Voltando ao tema, \u201cmonumentalidade\u201d aponta sobretudo para obras art\u00edsticas de grandes dimens\u00f5es. Ela n\u00e3o ocorre na fase her\u00f3ica inicial do modernismo internacional, mais preocupado com o social. Surge de fato mais tarde, no encontro da arquitetura \u201cm\u00adoderna\u201d, j\u00e1, ent\u00e3o, em evid\u00eancia e prestigiada, em namoro com as ditaduras na metade do s\u00e9culo XX. Mussolini, Hitler e Stalin foram cortejados pelos mestres. S\u00e3o conhecidas as investidas de Le Corbusier sobre Mussolini e Stalin. Aqui no Brasil a arquitetura moderna foi parida no colo da ditadura, com a ajuda dele, desde o in\u00edcio desenvolta, monumental e um tanto inconsciente ou ing\u00eanua.<\/p>\n Por\u00e9m, o monumental vai revelar-se mais do que uma santa op\u00e7\u00e3o pelo tamanho grande. Vai ser celebra\u00e7\u00e3o auto-referente de governos em obras de arte e avenidas, evidentemente, com dinheiro p\u00fablico que, insuficientes, faltar\u00e3o para os investimentos sociais. Na It\u00e1lia dos anos 60 chegou-se a propor uma volta hist\u00f3rica ao espa\u00e7o urbano do s\u00e9culo XIX, na verdade o desenho fascista gravado nas nossas retinas e que o novo mundo queria esquecer. Na A\u00adlemanha reunificada nos anos 90, as normas para constru\u00e7\u00e3o de Berlin, tra\u00e7adas pelo parlamento, pasmem, estabeleciam diretrizes para a cons\u00adtru\u00e7\u00e3o de edif\u00edcios limitados em altura, para recuperar o \u201cnot\u00e1vel espa\u00e7o urbano europeu\u201d que a Am\u00e9rica jamais compreendeu. Edif\u00edcios altos e alta densidade passaram a ser consi\u00adderados coisa de metr\u00f3pole subdesenvolvida e inculta, salvo as ricas exce\u00e7\u00f5es, confirmadoras da regra.<\/p>\n A verdade inelut\u00e1vel \u00e9 que o tema \u00e9 essencialmente pol\u00edtico. Livraram-nos, habilmente, do problema, tomando o adjetivo p\u00fablico como se fosse sin\u00f4nimo perfeito de pol\u00edtico ou o substitu\u00edsse. Longe disso, eles s\u00e3o conceitualmente i\u00adndiferentes e nos enganam. N\u00e3o se superp\u00f5em a n\u00e3o ser que a pol\u00edtica seja, de verdade \u201ca arte de bem governar os povos\u201d, que est\u00e1 no dicion\u00e1rio com um terceiro corol\u00e1rio metaf\u00f3rico entre outros, principais, antecedentes, que acolhem falcatruas. Poderia ser \u201ca arte e a virtude do bem comum\u201d, como agradava dizer ao governador Franco Montoro. Mas, n\u00e3o \u00e9 assim. P\u00fablico \u00e9 o que pertence ao povo, para quem e em nome de quem a pol\u00edtica seria exercida. No cotidiano dos jornais a pol\u00edtica \u00e9 suja. Ficamos entre gracejos do tipo o \u201cerrar \u00e9 humano\u201d e o retorno dos bilh\u00f5es roubados, para ser aplicado em investimentos de infra-estrutura e em projetos sociais, com os Poderes da Rep\u00fablica saneados e os pol\u00edticos rastaq\u00fcera e os \u201ccriminosos\u201d na cadeia, no que ningu\u00e9m acredita. Tristes e indignados, haveria controv\u00e9rsias e inabilidades de tal porte em nossos discursos que dificilmente haveria consensos e chegar\u00edamos a tempo de falar de arquitetura.<\/p>\n Voltemos, portanto, rapidamente ao tema com algumas observa\u00e7\u00f5es, como se estiv\u00e9ssemos numa simples conversa. A manuten\u00e7\u00e3o do trabalho cotidiano organizado e l\u00facido \u00e9 forma de resist\u00eancia pol\u00edtica: No \u201cEditorial\u201d de convoca\u00e7\u00e3o destes encontros h\u00e1 men\u00e7\u00e3o a depoimento do arquiteto A. E. Reidy, a A. Brito e Ferreira Gullar para o Inqu\u00e9rito Nacional de Arquitetura. N\u00e3o tendo mais informa\u00e7\u00e3o al\u00e9m do que capto daquele coment\u00e1rio, apresso-me a dizer que n\u00e3o me parece razo\u00e1vel nos prendermos a quaisquer fragmentos vis\u00edveis do passado como ponto de partida para fixa\u00e7\u00e3o de identidade para a arquitetura brasileira ou procura de caminhos para hoje ou amanh\u00e3, continuidades. Como na transmiss\u00e3o dos caracteres dos seres vivos, aqui tamb\u00e9m os genes s\u00e3o invis\u00edveis e profundos. A legitimidade gen\u00e9tica tem a ver com a Na\u00e7\u00e3o, os desejos das pessoas e a vida cotidiana pelos espa\u00e7os e todos os rinc\u00f5es do Brasil; com o Pa\u00eds, que \u00e9 o territ\u00f3rio infra-estruturado e hist\u00f3ria; para, com trabalho encontrarmos o nosso lugar de arquitetos na constru\u00e7\u00e3o do Estado. Temo que MDC se converta em procura artificial de elementos visuais que se reproduzem ao l\u00e9u e nos prendam a formalismo passadista e sem vida.<\/p>\n Escolhi para ilustrar como tenho sobrevivido nessa trama complexa que envolve o exerc\u00edcio da arquitetura no Brasil: algumas imagens e pequeno coment\u00e1rio sobre o Plano Piloto de Bras\u00edlia, de 1957 e sobre o Projeto para a cidade nova de Cara\u00edba, no munic\u00edpio de Jaguarari, BA, de 1978. Ambos concebidos sob conceito de diagramas.<\/p>\n O pa\u00eds tinha 60 milh\u00f5es de habitantes e 50% de popula\u00e7\u00e3o urbana. Constitu\u00edda uma equipe multidisciplinar, passamos ao estudo da massa de an\u00e1lises muito completas dos s\u00edtios, e estudar e refletir sobre a cidade na hist\u00f3ria sobre \u00e1rea em torno da futura capital e nos perguntar o que fazer. O edital pedia projeto para uma cidade administrativa de 500.000 habitantes, logo percebemos que a popula\u00e7\u00e3o inicial da cidade pronta com funcion\u00e1rios federais e seu s\u00e9q\u00fcito de apoio atingiria aquela popula\u00e7\u00e3o que, portanto, deveria crescer ao triplicar a popula\u00e7\u00e3o do pa\u00eds em 40 anos. A teoria urbana \u201coficial\u201d limitava a cidade. Por\u00e9m, ao analisar o processo de assentamento naquelas condi\u00e7\u00f5es seria compat\u00edvel por m\u00f3dulos, por exemplo, de 30 mil habitantes dimensionados em fun\u00e7\u00e3o de fra\u00e7\u00e3o indesloc\u00e1vel de crian\u00e7as de 0 a 3, e jovens at\u00e9 14, de pequeno raio de a\u00e7\u00e3o independente, 1\u00b0 grau. Acima desse corte a popula\u00e7\u00e3o principal adulta conviveria principalmente em um \u00fanico grande centro diversificado de escala metropolitana contendo escolas de 2\u00b0 grau, universidade, administra\u00e7\u00e3o federal, o Centro de Com\u00e9rcio e Servi\u00e7os, hot\u00e9is, museus e servi\u00e7os culturais, Centro Esportivo Metropolitano, tudo em torno a um parque de 19km\u00b2, apto a receber um sistema de transporte r\u00e1pido de massa, em n\u00edvel, semi-enterrado e elevado na \u00e1rea central, um sistema vi\u00e1rio linear para aproveitar em termos de transporte urbano todas as oportunidades da aglomera\u00e7\u00e3o, provavelmente inevit\u00e1vel. Tudo para fazer uma cidade vertical aproximando usos por concentra\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica de infra-e\u00adstrutura, pensando necessidades, investimentos, quantidades de espa\u00e7o e forma, impondo-se estudos para definir posteriormente espa\u00e7os sociais e p\u00fablicos de tipo novo, compat\u00edveis com os novos sistemas de transporte, o prov\u00e1vel desaparecimento da rua ocidental, destacando-se propostas referenciais do os ingleses A e P.Smithson e Team X,e da unidade de habita\u00e7\u00e3o de Marseille para nova organiza\u00e7\u00e3o de com\u00e9rcio e servi\u00e7o locais. Afirmamos com medo de sermos apedrejados que \u201ca cidade \u00e9 um organismo vivo\u201d e prop\u00fanhamos que pudesse crescer sem sufocar a \u00e1rea central, por uma periferia circundante, \u00e0 imagem da estrutura vertebral de uma crian\u00e7a. Ao contr\u00e1rio, com o progresso t\u00e9cnico o lago seria transposto e o crescimento al\u00e9m lago permitiria uma expans\u00e3o gr\u00e1fica ilimitada. Em 1965 chega ao Brasil o livro de\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0\u00a0 J. Jacobs \u201cMORTE E VIDA…\u201d com frase id\u00eantica, mas propondo uma volta rom\u00e2ntica a unidades sociais limitadas e integradas.<\/p>\n De apoio a minera\u00e7\u00e3o de cobre reserva limitada a explora\u00e7\u00e3o por 20 anos. Concurso. Recebemos apenas o mapa da plan\u00edcie chapada e infra-estrutura industrial sem curva de n\u00edvel com uma rela\u00e7\u00e3o de espa\u00e7os classificados por renda e fun\u00e7\u00e3o.\u00a0 Os estudos para caracteriza\u00e7\u00e3o dos fundamentos sociais e econ\u00f4micos duraram 1 ano durante o qual a cidade foi sendo imaginada e conceituada, localiza\u00e7\u00e3o, crit\u00e9rios construtivos, infra-estrutura, clima, habita\u00e7\u00e3o, n\u00edveis de oferta de servi\u00e7o e forma. Sugerimos malha compacta, para m\u00ednimo deslocamento na regi\u00e3o semi-\u00e1rida, com centro denso para solteiros n\u00e3o confinados e dispersos e 20% das fam\u00edlias. O sistema urbano constitu\u00eddo por agrega\u00e7\u00e3o modular livre-monitorada, sobre uma trama-conceito b\u00e1sica, com reserva de \u00e1rea para popula\u00e7\u00e3o n\u00e3o empregada, de livre acesso, dimensionada em 10% da popula\u00e7\u00e3o total.<\/p>\n \n [Vers\u00f5es ampliadas dos projetos:]<\/p>\n Plano Piloto de Bras\u00edlia<\/a><\/p>\n
\nTodos os meus conhecidos t\u00eam sido campe\u00f5es em tudo.
\nFernando Pessoa\/\u00c1lvaro de Campos<\/p><\/blockquote>\n
\n1. \u201cCertos povos perdem-se em seus pensamen\u00adtos; mas para n\u00f3s, Gregos, todas as coisas s\u00e3o formas\u201d. Esta fala do S\u00f3crates de Val\u00e9ry, quando se assume \u201cconstrutor\u201d no meio do Eupalinos, acompanha-me desde os anos 50, e deu-me paz. Aos poucos aprendi que forma \u00e9 mat\u00e9ria, material, e senti mais paz…
\n2. Arquitetos, estamos condenados ao prazer de pensar e repensar a forma e sua inven\u00e7\u00e3o, isto \u00e9, o processo de sua emers\u00e3o a cada novo projeto. Id\u00e9ia fixa desde a Faculdade, depois, obsess\u00e3o ascensional, resultou em minhas teses, pela USP, de Doutorado em 1972 e de Livre Doc\u00eancia em 1982. Cito Val\u00e9ry a prop\u00f3sito de mat\u00e9ria indefin\u00edvel achada \u00e0 beira mar \u201c…sobre a arte, produto da mente, e sobre o trabalho do tempo: \u201cQuem dos s\u00e9culos disp\u00f5e, muda o que quer naquilo que quer\u201d, mas, em arte, \u201c\u00e9 como se os atos, iluminados pelo pensamento, abreviassem o curso da natureza; e pode-se dizer, com toda a seguran\u00e7a, que um artista vale mil s\u00e9culos, ou cem mil, ou muito mais.\u201d
\n3. Por isso lembro \u00e0 exaust\u00e3o, como apoio e descanso, um dos not\u00e1veis ju\u00edzos de Argan, que uso como autoridade. Aluno de Lionello Venturi, ambos grandes professores de Hist\u00f3ria da Arte do s\u00e9culo XX, foi membro atuante do Partido Comunista Italiano, fato significativo naquele momento, na It\u00e1lia marcada pelo fascismo, democrata exemplar, duas vezes eleito prefeito da cidade de Roma, o que o respalda como intelectual respons\u00e1vel, de grande coragem em seu tempo e \u00edntegro, ao viver, t\u00e3o intensamente, a cidade contempor\u00e2nea na hist\u00f3ria. Ei-la: \u201c\u00c9 Arquitetura tudo o que concerne \u00e0 constru\u00e7\u00e3o e \u00e9 com as t\u00e9cnicas da constru\u00e7\u00e3o que se institui, e organiza, em seu ser e em seu devir, a entidade social e pol\u00edtica que \u00e9 a cidade.\u201d
\n4. Encanta-me o professor Miguel Reale quando diz que na crise dos modelos e ideologias do s\u00e9culo XX remanesce a pessoa humana como o primeiro valor e que todos os demais valores derivam dela, como a liberdade, a democracia, a \u00e9tica, bem como o mais recente, a ecologia. Cito \u201cA ecologia e seus riscos\u201d, em O Estado de S\u00e3o Paulo (23\/06\/01), em toda a beleza do texto.
\n5. Em Arte n\u00e3o h\u00e1 censura. Mas, a Arquitetura, a maior das Artes, \u00e9 a Arte de Construir ambientes para atender aos desejos das pessoas. Assim, ela inventa linguagens e significados novos e faz Cultura. Trabalha com estruturas de reprodu\u00e7\u00e3o da vida social, constitu\u00eddas de contrastes, desigualdades e injusti\u00e7as que interagem em amplitude global e mobilizam na\u00e7\u00f5es, pressionando por projetos ambientais inteiramente novos, formas pr\u00f3prias de apoio e expressivas dessas transforma\u00e7\u00f5es.
\n6. N\u00f3s s\u00f3 existimos e crescemos como arquitetos se formos capazes de realizar durante nossas vidas muitos contratos de projetos de arquitetura e acompanhamento de suas obras, levados efetivamente \u00e0 constru\u00e7\u00e3o. Precisamos trabalhar junto \u00e0s nossas organiza\u00e7\u00f5es profissionais, e pessoalmente dentro delas, para ampliar, de maneira democr\u00e1tica e \u00e9tica, para o maior n\u00famero de arquitetos, as possibilidades de presta\u00e7\u00e3o de servi\u00e7os \u00e0 sociedade, individualmente como em grupo. Devemos tudo fazer para que sejam aperfei\u00e7oados crit\u00e9rios transparentes de sele\u00e7\u00e3o por m\u00e9ritos, e ampla e equ\u00e2nime distribui\u00e7\u00e3o dos projetos a contratar, combatendo todas as formas de atravessamentos e privil\u00e9gios e, sobretudo os monop\u00f3lios das funda\u00e7\u00f5es e institutos esp\u00farios, malversados por universidades e partidos pol\u00edticos. Precisamos derrubar reservas de mercado em Bras\u00edlia (Lei ou decreto federal!), em S\u00e3o Paulo, Curitiba e em outros lados, inclusive de antigos ganhadores de concursos, \u00f3rf\u00e3os ou vi\u00favos de arquitetos mortos que passam de humildes colaboradores a herdeiros vital\u00edcios das artes e do saber do mestre. Uma afronta aos demais colegas e \u00e0 id\u00e9ia de mercado profissional democr\u00e1tico. Os governos renovados t\u00eam o dever de verificar, a cada passo, a utilidade e interesse p\u00fablico dos projetos em curso, e com maior raz\u00e3o do que qualquer cliente, respeitada a lei n\u00ba 9610\/98.
\n7. Devemos pressionar e controlar todas as inst\u00e2ncias do poder p\u00fablico para que promovam programas de projetos com a mais ampla e organizada participa\u00e7\u00e3o das pessoas, cujas prerrogativas se manifestam na forma de desejos conciliados, para transformar-se em programas de necessidades sociais e, finalmente, serem, inscritos nos or\u00e7amentos p\u00fablicos como demanda e constru\u00eddos.<\/p>\nplano piloto de bras\u00edlia , 1957<\/h4>\n
a cidade cara\u00edba, jaguarari, ba, 1978<\/h4>\n