{"id":7527,"date":"2012-03-20T23:03:52","date_gmt":"2012-03-21T02:03:52","guid":{"rendered":"http:\/\/puntoni.28ers.com\/?p=7527"},"modified":"2015-02-27T16:31:43","modified_gmt":"2015-02-27T19:31:43","slug":"1922-quando-o-moderno-nao-era-um-estilo-e-sim-varios","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/puntoni.28ers.com\/2012\/03\/20\/1922-quando-o-moderno-nao-era-um-estilo-e-sim-varios\/","title":{"rendered":"1922: quando o moderno n\u00e3o era um estilo, e sim v\u00e1rios"},"content":{"rendered":"
<\/a>Danilo Matoso Macedo<\/p>\n<\/div>\n <\/p>\n H\u00e1 homens que veem tudo de uma s\u00f3 cor, quase sempre preto. Eu vejo preto, branco, roxo, vermelho, amarelo. Vejo tudo de todas as cores do arco da velha. Aquele que v\u00ea uma cor s\u00f3 \u00e9 mais pobre do que aquele que v\u00ea as sete cores. O homem que tem uma ideia s\u00f3 sobre um assunto \u00e9 mais pobre do que aquele que tem duas. Dois valem mais do que um, pelo menos assim me ensinaram.<\/em><\/p>\n Rubens Borba de Moraes, Domingo dos s\u00e9culos<\/em>, 1924<\/p>\n Ao tomar conhecimento da revista MDC, Joaquim Guedes, imaginou ser a letra M correspondente a movimento. Talvez ele tenha se decepcionado ao constatar que nossas aspira\u00e7\u00f5es eram m\u00ednimas. Ponderou ent\u00e3o, relembrando um antigo professor marxista, que os dois atributos do ser s\u00e3o a mat\u00e9ria e o movimento<\/em>. E que se movimento \u00e9 vida, ou n\u00f3s lemos a vida e fazemos boa arquitetura ou n\u00e3o lemos e n\u00e3o fazemos nada<\/em>…<\/p>\n A Semana de Arte Moderna, realizada no Teatro Municipal de S\u00e3o Paulo em 1922, n\u00e3o iniciou a arte moderna no Brasil, mas certamente colocou em movimento um modo moderno de discuti-la. Glorioso<\/em> de antem\u00e3o, no dizer de M\u00e1rio de Andrade, o evento cumpriu seu prop\u00f3sito de alavancar jovens artistas, n\u00e3o s\u00f3 da metr\u00f3pole em forma\u00e7\u00e3o como de outras paragens \u2013 como o pr\u00f3prio Rio de Janeiro \u2013, para um plano de destaque na cultura nacional. Vinte anos depois, j\u00e1 era Hist\u00f3ria rememorada e celebrada pelo pr\u00f3prio M\u00e1rio.<\/p>\n Mitificado, combatido, recuperado, novamente combatido, o modernismo brasileiro ainda persiste entre n\u00f3s. <\/em>Mas a que modernismo brasileiro nos referimos?<\/p>\n Seria o expressionismo de Anita Malfatti e Di Cavalcanti? A estiliza\u00e7\u00e3o de Victor Brecheret e Vicente do Rego Monteiro? Ou o pontilhismo da belorizontina Zina Aita? Talvez a arquitetura despretensiosamente vern\u00e1cula do polon\u00eas Georg Przyrembel. Ou a erudita arqueologia iconogr\u00e1fica dos edif\u00edcios de Ant\u00f4nio Garcia Moya…<\/p>\n Se a arte moderna nunca teve uma s\u00f3 causa, tendo bem servido tanto a fascistas como a comunistas, tampouco teve um s\u00f3 estilo. Mesmo assim, costumamos tratar por moderno <\/em>um grupo restrito de obras. Na arquitetura, basta observar nas ruas que a maior parte da produ\u00e7\u00e3o edil\u00edcia de nossas cidades permanece exclu\u00edda do ensino em nossas escolas: desde o neocolonial, ainda presente em nossas resid\u00eancias, at\u00e9 o D\u00e9co <\/em>ainda vigente na arquitetura corporativa. V\u00e1rios estilos e obras, considerados modernos<\/em> por seus contempor\u00e2neos eruditos e mais vanguardistas h\u00e1 um s\u00e9culo, mant\u00eam-se at\u00e9 hoje \u00e0 margem da cultura arquitet\u00f4nica habitualmente historiografada \u2013 salvo alguns esfor\u00e7os isolados. E se mesmo Aita, Przyrembel e Moya, participantes da pr\u00f3pria Semana de Arte Moderna de 1922, permanecem desconhecidos at\u00e9 do p\u00fablico especializado, que dizer de tantos outros…<\/p>\n Recuperando a figura do arquiteto paulista<\/span> Ant\u00f4nio Garcia Moya, Sylvia Ficher comemora com a revista MDC os 90 anos da Semana de 22, num texto que ser\u00e1 publicado na \u00edntegra em tr\u00eas partes. O ar de novidade de fatos t\u00e3o antigos talvez seja sinal de que neste campo h\u00e1 sempre muito o que por em movimento…<\/p>\n Antonio Garcia Moya, um arquiteto da Semana de 22<\/strong> Parte 1\u00a0<\/strong>:\u00a0<\/strong>ou pro Mario, o Moya era moderno…<\/strong><\/a><\/p>\n Parte 2<\/strong> : ou la mala suerte…<\/em><\/strong><\/a><\/p>\n
\n
\n<\/strong>por Sylvia Ficher
\n<\/strong><\/p>\n