{"id":8272,"date":"2012-12-20T22:06:47","date_gmt":"2012-12-21T01:06:47","guid":{"rendered":"http:\/\/puntoni.28ers.com\/?p=8272"},"modified":"2013-01-05T00:12:05","modified_gmt":"2013-01-05T03:12:05","slug":"a-essencia-do-particular","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/puntoni.28ers.com\/2012\/12\/20\/a-essencia-do-particular\/","title":{"rendered":"A ess\u00eancia do particular : sobre duas casas de Oscar Niemeyer"},"content":{"rendered":"

\"serie-oscar\"<\/a><\/p>\n

Bruno Santa Cec\u00edlia<\/p>\n

<\/a><\/p>\n

Sua casa \u00e9 bonita, mas n\u00e3o \u00e9 multiplic\u00e1vel.<\/em><\/p>\n

Walter Gropius<\/p>\n

Como algu\u00e9m pode falar tanta burrice com ar de seriedade?<\/em>
\nComo pode ser multiplic\u00e1vel uma casa que se adapta t\u00e3o bem ao terreno?<\/em><\/p>\n

Oscar Niemeyer[1]<\/a><\/p>\n

\"01\"<\/a>\"Casa<\/a><\/p>\n

Para Alfredo Volpi, a inspira\u00e7\u00e3o inicial de um fazer art\u00edstico n\u00e3o poderia ter outra fun\u00e7\u00e3o se n\u00e3o a de resolver um problema. Pintava para resolver os problemas inerentes da pintura. Para ele, \u201cresolver um quadro\u201d era descobrir as rela\u00e7\u00f5es formais e crom\u00e1ticas que proporcionassem as solu\u00e7\u00f5es mais harm\u00f4nicas e equilibradas dentro da maior economia de meios. Revisitar Volpi \u00e9 manter a consci\u00eancia de que a arte se realiza no encontro entre a id\u00e9ia e a mat\u00e9ria. Se na pintura esse encontro \u00e9 intermediado pela t\u00e9cnica ou capacidade de execu\u00e7\u00e3o do artista, na arquitetura \u2013 se a entendemos tamb\u00e9m como arte \u2013 esse interm\u00e9dio se d\u00e1 atrav\u00e9s do dom\u00ednio do arquiteto sobre o s\u00edtio e sobre a constru\u00e7\u00e3o. Portanto, fazer arquitetura \u00e9 resolver os problemas da constru\u00e7\u00e3o e de sua rela\u00e7\u00e3o com o lugar para abrigar a vida. \u00c9 nesse sentido que devemos procurar seu sentido art\u00edstico.<\/p>\n

Os procedimentos arquitet\u00f4nicos aproximam-se dos procedimentos art\u00edsticos ao mobilizar esfor\u00e7os e recursos para a concretiza\u00e7\u00e3o de uma situa\u00e7\u00e3o particular. Neste sentido, a arquitetura pode ser entendida como uma resposta espec\u00edfica a uma conjuntura f\u00edsica, social e espacial muito singular. A impossibilidade da reprodu\u00e7\u00e3o desta conjuntura determina os limites de reprodu\u00e7\u00e3o da pr\u00f3pria arquitetura.<\/p>\n

Portanto, a qualidade art\u00edstica da obra de Oscar Niemeyer n\u00e3o resulta da subjetividade ou da criatividade inata de um \u201carquiteto-artista\u201d, mas da sua capacidade em produzir solu\u00e7\u00f5es singulares para problemas da arquitetura. Neste sentido, a Resid\u00eancia de Canoas mostra-se emblem\u00e1tica pela forma inventiva com que articula quest\u00f5es t\u00e9cnicas e de uso dos espa\u00e7os, com uma inser\u00e7\u00e3o cuidadosa no seu contexto f\u00edsico, para produzir um objeto singular e de ineg\u00e1vel qualidade art\u00edstica.<\/p>\n

No projeto de sua primeira resid\u00eancia, constru\u00edda em 1942, Niemeyer colocava em pr\u00e1tica o slogan dos cinco pontos corbusianos, sendo a cobertura inclinada o \u00fanico desvio em rela\u00e7\u00e3o ao repert\u00f3rio purista do modernismo europeu dominante. J\u00e1 no projeto de Canoas, Oscar deixou-se guiar pela situa\u00e7\u00e3o privilegiada do terreno sem, contudo, negligenciar as outras dimens\u00f5es da arquitetura. Nestes dez anos que separam as duas obras, \u00e9 not\u00e1vel a grande mudan\u00e7a n\u00e3o apenas na maneira como o arquiteto agencia as quest\u00f5es determinantes de projeto, mas na pr\u00f3pria forma como compreende e produz arquitetura. Se o primeiro projeto \u00e9 uma transposi\u00e7\u00e3o adaptada do repert\u00f3rio e dos ideais da arquitetura moderna, a Resid\u00eancia de Canoas \u00e9 um exemplar \u00fanico e indicativo de uma postura nova e consistente em rela\u00e7\u00e3o ao vocabul\u00e1rio da arquitetura moderna europ\u00e9ia.<\/p>\n

A Resid\u00eancia da Lagoa<\/strong><\/p>\n

Em 1942, Oscar Niemeyer projeta e constr\u00f3i sua primeira resid\u00eancia no Rio de Janeiro, simultaneamente \u00e0 realiza\u00e7\u00e3o da Pampulha, em Belo Horizonte. De pequenas dimens\u00f5es, esta obra integra-se ao conjunto de seus primeiros trabalhos que buscavam adaptar os ideais da arquitetura moderna, proveniente da Europa, ao contexto brasileiro.<\/p>\n

N\u00e3o \u00e9 tarefa dif\u00edcil identificar a aproxima\u00e7\u00e3o deste projeto com as solu\u00e7\u00f5es encontradas por Le Corbusier na Villa Savoye, de 1929, onde ent\u00e3o demonstrados um a um seus \u201ccinco pontos para uma nova arquitetura\u201d. Oscar trabalha, de fato, a partir dos temas do pilotis, da planta livre, da fachada livre, da janela em fita e da promenade architecturale<\/em> corbusiana.<\/p>\n

\"Fig.<\/a>\"Fig.<\/a><\/p>\n

O pilotis libera \u00e1rea no n\u00edvel do solo, como propunha Corbusier, e acomoda a casa ao declive do terreno sem a necessidade de grandes movimenta\u00e7\u00f5es de terra. A planta livre e a fachada livre s\u00e3o resultado do sistema estrutural adotado, o concreto armado, a permitir a independ\u00eancia da estrutura das veda\u00e7\u00f5es internas e externas. Ainda que a presen\u00e7a de parte da estrutura no mesmo alinhamento das alvenarias externas comprometa a continuidade da janela em fita, a inten\u00e7\u00e3o de realiz\u00e1-la torna-se clara pela minimiza\u00e7\u00e3o das veda\u00e7\u00f5es entre aberturas, bem como pela continuidade das mesmas entre espa\u00e7os distintos.<\/p>\n

O tema da promenade architecturale<\/em> comparece na Resid\u00eancia da Lagoa tal e qual no projeto de Corbusier em Poissy, como demonstra a solu\u00e7\u00e3o da rampa interna que conecta os ambientes num percurso cujo gradiente de privacidade se amplia conforme se ascende o espa\u00e7o, permitindo, ainda, a varia\u00e7\u00e3o cont\u00ednua da rela\u00e7\u00e3o entre fruidor e objeto arquitet\u00f4nico. Apenas escapa aos \u201ccinco pontos\u201d e ao repert\u00f3rio formal modernista mais difundido o telhado de uma \u00e1gua que impossibilita a laje plana e, conseq\u00fcentemente, o terra\u00e7o-jardim, embora a varanda ofere\u00e7a a possibilidade de frui\u00e7\u00e3o de uma \u00e1rea externa acima do n\u00edvel do solo. A solu\u00e7\u00e3o adotada mostra-se, no entanto, mais adequada ao clima tropical brasileiro.<\/p>\n

Ainda que Oscar o fa\u00e7a com compet\u00eancia, produzindo grande riqueza espacial atrav\u00e9s do vazio sobre o estar e a articula\u00e7\u00e3o em meios n\u00edveis entre pavimentos, o projeto da Resid\u00eancia da Lagoa basea-se na importa\u00e7\u00e3o de um repert\u00f3rio arquitet\u00f4nico alheio ao contexto brasileiro, mas que se acreditava possuir validade universal. Temos aqui uma confus\u00e3o entre forma e conte\u00fado: ainda que muitos dos princ\u00edpios da arquitetura moderna fossem em seu conjunto verdadeiramente consistentes e at\u00e9 certo ponto universaliz\u00e1veis, muitas das formas associadas a eles n\u00e3o o eram. \u00c9 certo que o arquiteto tinha consci\u00eancia deste fato, n\u00e3o apenas pela solu\u00e7\u00e3o que adota para a cobertura, mas pelas suas experi\u00eancias pregressas em que busca incoporar elementos e t\u00e9cnicas da cultura arquitet\u00f4nica local, como no projeto do Grande Hotel de Ouro Preto.<\/p>\n

Dentro de poucos anos, a experi\u00eancia de Pampulha tornaria-se um ponto de inflex\u00e3o na obra do arquiteto, passado a se caracterizar pela constante pesquisa tipol\u00f3gica e pela busca da inven\u00e7\u00e3o pl\u00e1stica e formal, ainda lastreadas no contexto f\u00edsico, nos h\u00e1bitos de uso e no profundo conhecimento da t\u00e9cnica construtiva. Esta nova postura seria determinante para a realiza\u00e7\u00e3o de sua segunda resid\u00eancia na estrada de Canoas.<\/p>\n

A Resid\u00eancia de Canoas <\/strong><\/p>\n

Constru\u00edda em 1953, a casa das Canoas \u00e9, provavelmente, uma das obras primas da arquitetura brasileira. O edif\u00edcio se desenvolve em torno de uma grande rocha de granito encontrada no terreno que ainda permite uma bela vista das montanhas do Rio de Janeiro. Neste projeto, Oscar desenvolve o tema miesiano do pavilh\u00e3o de vidro e desfaz a cren\u00e7a de que a integra\u00e7\u00e3o com a natureza s\u00f3 seria poss\u00edvel atrav\u00e9s do mimetismo[2]<\/a>. Em Canoas, Niemeyer reformula um a um o receitu\u00e1rio proposto por Corbusier, atuando com liberdade sobre as peculiaridades do programa, do sistema construtivo, bem como aquelas oferecidas pelo terreno.<\/p>\n

\"Fig.<\/a><\/p>\n

Se a solu\u00e7\u00e3o da casa corbusiana sobre pilotis argumentava pela libera\u00e7\u00e3o do solo e manuten\u00e7\u00e3o das visadas atrav\u00e9s do edif\u00edcio, Canoas oferece a riqueza da continuidade espacial entre interior e exterior. Oscar assegura esta continuidade pela dilui\u00e7\u00e3o do volume que se assenta no n\u00edvel do terreno. Este efeito \u00e9 obtido pelo somat\u00f3rio de algumas solu\u00e7\u00f5es arquitet\u00f4nicas:<\/p>\n

    \n
  1. A localiza\u00e7\u00e3o dos espa\u00e7os mais \u00edntimos sob o n\u00edvel de acesso, possibilitando n\u00e3o apenas maior liberdade pl\u00e1stica e transpar\u00eancia dos espa\u00e7os do andar superior;<\/li>\n
  2. A ado\u00e7\u00e3o de formas mais livres a abstratas em seus contornos, n\u00e3o apenas para a cobertura, mas tamb\u00e9m para os planos situados sob ela, evitando a gera\u00e7\u00e3o de um volume compacto e bem definido. A gera\u00e7\u00e3o de vazios e espa\u00e7os de intervalo concorre, ainda, para tornar menos precisos os limites da edifica\u00e7\u00e3o;<\/span><\/li>\n
  3. A manuten\u00e7\u00e3o do bloco de pedra encontrado no terreno, que passa a organizar os espa\u00e7os interno e externo, tornando-se o centro da composi\u00e7\u00e3o e elemento de integra\u00e7\u00e3o entre eles.<\/span><\/li>\n<\/ol>\n

    Possibilitado pela t\u00e9cnica do concreto armado, assim como o pilotis, o terra\u00e7o jardim permitia a multiplica\u00e7\u00e3o da \u00e1rea utiliz\u00e1vel do terreno e \u201cdestacava claramente o edif\u00edcio do c\u00e9u por uma linha horizontal pura, sem cornijas nem sali\u00eancias\u201d[3]<\/a>. Em Canoas a cobertura comparece como uma laje plana de formas livres e sinuosas, geradora de uma \u00e1rea sombreada a proteger os panos de vidro e definir \u00e1reas de uso externas. Se, por um lado, esta solu\u00e7\u00e3o n\u00e3o multiplica o terreno em \u00e1rea, por outro atua ampliando as possibilidades de uso da edifica\u00e7\u00e3o e de seu espa\u00e7o exterior. No entanto, a laje dos quartos converte-se ela pr\u00f3pria no teto-jardim que se mistura ao plano de acesso \u00e0 casa. A articula\u00e7\u00e3o horizontal do terra\u00e7o colocado no mesmo n\u00edvel do pavimento de acesso inegavelmente amplia sua possibilidade uso e frui\u00e7\u00e3o em rela\u00e7\u00e3o ao espa\u00e7o articulado verticalmente.<\/p>\n

    Para Corbusier, a planta livre consistia num dos pontos fundamentais da \u201cnova arquitetura\u201d. Se nas constru\u00e7\u00f5es tradicionais as alvenarias deveriam corresponder \u00e0s necessidades de sustenta\u00e7\u00e3o do edif\u00edcio, a t\u00e9cnica do concreto armado permitiu a dissocia\u00e7\u00e3o pl\u00e1stica e funcional entre estrutura e veda\u00e7\u00f5es. Em Canoas, a solu\u00e7\u00e3o do pavimento de acesso poder parecer enganosamente uma varia\u00e7\u00e3o menos r\u00edgida da planta livre. No entanto, uma an\u00e1lise mais cuidadosa demonstra a n\u00e3o continuidade entre a estrutura deste pavimento e do inferior. O n\u00edvel dos quartos apresenta uma planta compartimentada, com a estrutura oculta dentro dos planos de alvenaria. J\u00e1 no n\u00edvel de acesso, os esbeltos pilares met\u00e1licos de se\u00e7\u00e3o circular comparecem com a fun\u00e7\u00e3o de sustentar a laje cobertura. Ainda assim, esta tamb\u00e9m encontra apoio nos planos opacos que configuram o estar e a cozinha. Nesta casa, Oscar se valeu plasticamente da estrutura independente onde melhor convinha \u2013 ou seja, no andar principal – n\u00e3o hesitando em recus\u00e1-la onde n\u00e3o se fazia mais necess\u00e1ria \u2013 no andar inferior.<\/p>\n

    A conquista t\u00e9cnica da estrutura independente permitiu que o inv\u00f3lucro exterior do edif\u00edcio fosse trabalhado de maneira aut\u00f4noma na composi\u00e7\u00e3o de suas massas e aberturas. No entanto, na Resid\u00eancia de Canoas, n\u00e3o temos uma fachada no sentido mais tradicional – um plano vertical ou obl\u00edquo composto de veda\u00e7\u00f5es e aberturas \u2013 mas uma altern\u00e2ncia entre planos opacos e transl\u00facidos. A sinuosidade e a continuidade dos fechamentos do pavimento superior impossibilitam o reconhecimento de fachadas, no sentido tradicional do termo. J\u00e1 no pavimento inferior, as aberturas comparecem para proporcionar a ilumina\u00e7\u00e3o e ventila\u00e7\u00e3o adequada aos ambientes, bem como a vis\u00e3o da paisagem. Ou seja, n\u00e3o se percebe nenhuma inten\u00e7\u00e3o de composi\u00e7\u00e3o pl\u00e1stica destas aberturas, unicamente coincidentes com os v\u00e3os entre fechamentos verticais.<\/p>\n

    Para Corbusier, com a libera\u00e7\u00e3o do plano da fachada da necessidade de suportar as cargas do edif\u00edcio, as aberturas poderiam atravessar a edifica\u00e7\u00e3o de fora a fora, sem interrup\u00e7\u00f5es. Embora por vezes tenha sido utilizada unicamente para fins compositivos, a janela em fita permite uma vista panor\u00e2mica cont\u00ednua a partir do interior da edifica\u00e7\u00e3o. \u00c0 exess\u00e3o do quase oculto pavimento inferior, na Resid\u00eancia de Canoas n\u00e3o podemos falar de janelas ou aberturas convencionais. A libera\u00e7\u00e3o da vista se d\u00e1 atrav\u00e9s da altern\u00e2ncia entre planos opacos e transl\u00facidos, conferindo qualidades ambientais distintas \u00e0 cada por\u00e7\u00e3o da casa.<\/p>\n

    Sobre esta casa, \u00e9 valioso observar a sutil adequa\u00e7\u00e3o da orienta\u00e7\u00e3o das aberturas em rela\u00e7\u00e3o \u00e0s vistas e \u00e0 insola\u00e7\u00e3o mais favor\u00e1vel. Da mesma forma, o pavimento em n\u00edvel inferior ao acesso n\u00e3o apenas soluciona as demandas de uso e de continuidade espacial, mas ainda permite melhor adequar a casa ao declive natural do terreno, minimizando os movimentos de terra. O agenciamento dos espa\u00e7os, a diferenciar hierarquicamente o pavimento de acesso como mais social e o pavimento inferior mais \u00edntimo, n\u00e3o apenas sugere os modos de usos da resid\u00eancia, mas concorre de maneira fundamental para a sensa\u00e7\u00e3o de leveza do volume edificado.<\/p>\n

    A explora\u00e7\u00e3o da maleabilidade do concreto armado permitiu a cria\u00e7\u00e3o da cobertura com formas livres e de grande efeito pl\u00e1stico, a exempla da Casa do Baile, a definir espa\u00e7os e \u00e1reas sombreadas. As qualidades da estrutura de a\u00e7o comparecem na solu\u00e7\u00e3o da cobertura para definir pontos de apoio mais leves e esbeltos e valorizar a sinuosidade da laje maci\u00e7a.<\/p>\n

    A Resid\u00eancia de Canoas nos ensina que a arquitetura n\u00e3o nasce da manipula\u00e7\u00e3o de repert\u00f3rios formais pr\u00e9-existentes, muito menos de uma suposta autonomia da imagina\u00e7\u00e3o criativa do arquiteto, mas sim do trabalho consciente e inventivo sobre os pr\u00f3prios condicionantes oferecidos por uma situa\u00e7\u00e3o de projeto. Apesar de sua magn\u00edfica qualidade pl\u00e1stica, em nenhum momento a casa parece negligenciar as demandas t\u00e9cnicas, de uso ou de agenciamento do contexto f\u00edsico. Pelo contr\u00e1rio, sua forma adv\u00e9m exatamente do trabalho consciente sobre essas dimens\u00f5es.<\/p>\n

    Canoas, definitivamente, n\u00e3o \u00e9 uma obra manifesto. Ao contr\u00e1rio, resulta de uma arquitetura que se pretende mais circunstancial e menos ideal.<\/p>\n


    \n

    notas<\/h3>\n

    [1]<\/a> Cf. NIEMEYER (1998)<\/em>.<\/p>\n

    [2]<\/a> Cf. CAVALCANTI, 2001:293<\/em>.<\/p>\n

    [3]<\/a> \u201cLe b\u00e2timent se d\u00e9tache nettement sur le ciel par une ligne horizontale pure, sans corniche ni acrot\u00e8re.\u201d(ITIN\u00c9RAIRES D PATRIMOINE. La villa savoye. Paris: \u00c9ditions du patrimoine, 1998).)<\/em>.<\/p>\n

    \n
    \n

    refer\u00eancias bibliogr\u00e1ficas<\/h3>\n

    CAVALCANTI, Lauro (organizador). Quando o Brasil era moderno<\/em>: guia de arquitetura 1928-1960. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2001.<\/p>\n

    ITIN\u00c9RAIRES D PATRIMOINE. La villa savoye.<\/em> Paris: \u00c9ditions du patrimoine, 1998.<\/p>\n

    CORBUSIER, LE. Ouvre complete.<\/em> Berlin: Birkhauser Architecture, 1990.<\/p>\n

    MINDLIN, Henrique. Arquitetura moderna no Brasil.<\/em> Rio de Janeiro: Aeroplano, 1999.<\/p>\n

    NIEMEYER, Oscar. As curvas do tempo.<\/em> Rio de Janeiro: Revan, 1998.<\/p>\n

    WILQUIN, Luce & DELCOURT, Andr\u00e9 (tradutores). Oscar Niemeyer.<\/em> Paris: Editions Alphabet, 1977.<\/p>\n


    \n

    Bruno Santa Cec\u00edlia<\/strong>
    \nArquiteto urbanista [1999], doutorando e mestre em teoria e pr\u00e1tica do
    \nprojeto pela Escola de Arquitetura da UFMG [2004], professor nos cursos de arquitetura
    \nda UFMG e FUMEC e s\u00f3cio-titular do escrit\u00f3rio ARQUITETOS ASSOCIADOS.<\/p>\n


    \n

    Veja todas as mat\u00e9rias da s\u00e9rie Oscar Niemeyer 1907-2012.<\/a><\/p>\n

    Veja todas as mat\u00e9rias sobre Oscar Niemeyer j\u00e1 publicadas na revista MDC.<\/a><\/p>\n

    Colabora\u00e7\u00e3o editorial: Luciana Jobim<\/span><\/p>\n<\/div>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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